quarta-feira, 25 de maio de 2016

Tecnologia Educacional x Metodologia Educacional. Um ponto de reflexão.

Há que ser feita, por nós educadores, se estamos fazendo um bom uso de nossas tecnologias e métodos educacionais... Se estamos incorporando adequadamente nossos instrumentos tecnológicos no campo da educação e até mesmo se somos capazes de identificar os analfabetos tecnológicos e o que fazer para reverter esse quadro.
                                
Desde os primórdios, descobrimos como usar as forças e matérias oferecidas pela natureza para solucionar os nossos problemas. E na medida em que o nosso conhecimento científico evoluía, nossas ferramentas tecnológicas também evoluíam influenciando dentre muitas coisas, a transmissão do nosso conhecimento. Dessa forma, dinamizamos e democratizamos o ensino.
                               
Basicamente, podemos dividir as tecnologias educacionais em dois aspectos, os amplos (procedimentos e problematização dos usos) e restritos (seus instrumentos). A partir daí, lançamos vários questionamentos:
- Qual a relação da tecnologia com homem e a sociedade e seus impactos com a mesma?
- Atende a interesse de grupos? Ou é neutra?
- Sistema Educacional se apropria das tecnologias para adaptar à realidade pedagógica e social?
- Instituições educacionais produzem sua própria tecnologia? Há critica? Vincula com a didática e a cultura?
                                
Como podemos ver, essa empreitada será muito trabalhosa, pois necessita de uma constante atualização do professor para que este mesmo não se encontre em defasagem. E para que o professor esteja sempre apto, ele precisa procurar sempre evoluir-se em três aspectos: sua capacitação, a exercitação pessoal e planejar SEMPRE novas ações. Isso tudo sem nunca (jamais!) esquecer-se de ser objetivo, abordar conteúdos interessantes e pertinentes,  ter uma estratégia clara, estar atento aos recursos mais atuais, e possuir critérios claros de avaliação. Isso tudo sem nunca  deixar de estabelecer uma conexão do aprendizado com a vida prática do aluno (levando sempre em conta as experiências destes) e evitar aulas mecânicas e inassociativas.
                                
Que sempre reflitamos rumo à evolução!


A História da Informática no Brasil - Uma Linha do Tempo.

                A história da informática sempre esteve conectada à história da educação. Para muitos, elas podem (ou devem) ser indissociadas.
                Vamos agora, traçar uma linha cronológica mostrando os caminhos por onde as duas passaram juntas.
1.                  1971) - Foi realizado na Universidade Federal de São Carlos um seminário intensivo sobre o uso de computadores no ensino de Física, ministrado por E. Huggins, especialista da Universidade de Dartmouth, Estados Unidos da América (Souza, 1983).

- O Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras promoveu, no Rio de Janeiro, a Primeira Conferência Nacional de Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior. Durante essa conferência, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo, acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da Universidade de São Paulo (Souza, 1983).

2.                  1973) - Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1973, o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional usou software de simulação no ensino de Química.

- Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, realizaram-se algumas experiências, usando simulação de fenômenos de Física com alunos de graduação. O Centro de Processamento de Dados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveu o software SISCAI para avaliação de alunos de pós-graduação em Educação.

3.                  1974) - Na Universidade Estadual de Campinas, em José Armando Valente, desenvolveu com um aluno de iniciação cientifica, Marcelo Martelini, um software tipo CAI, implementado em linguagem BASIC, para o ensino de fundamentos de universidades na implantação de programas educacionais baseados no uso da informática.

4.                  1981) – Acontece o primeiro Seminário Nacional de Informática em Educação, realizado na Universidade de Brasília.

5.                  1982) - o SISCAI foi traduzido para os microcomputadores de 8 bits como CAIMI (CAI para Microcomputadores), funcionando como um sistema CAI (Instrução auxiliada por computador ou o Computer Aided Instruction) e foi utilizado no ensino do 2º grau pelo grupo de pesquisa da Faculdade de Educação, liderado pela professora Lucila Santarosa.

                - Acontece o segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, realizado na Universidade de Bahia. (Seminário Nacional de Informática na Educação 1 e 2, 1982). Esses seminários estabeleceram um programa de atuação que originou o Projeto EDUCOM e que foi implantado pela Secretaria Especial de Informática e pelo Ministério da Educação, com suporte do CNPq e FINEP, órgãos do Ministério de Ciência e Tecnologia. O Projeto EDUCOM permitiu a formação de pesquisadores das universidades e de profissionais das escolas públicas que possibilitaram a realização de diversas ações iniciadas pelo Ministério da Educação, como realização de Concursos Nacional de Software Educacional (em 1986, 1987 e 1988), a implementação do Curso de Especialização em Informática na Educação (realizados em 1987 e 1989), e implantação nos estados dos Centros de Informática em Educação (iniciado em 1987).
       
          6.                  1989) - Foi implantado na Secretaria Geral do Ministério da Educação o Plano Nacional            de Informática Educativa. Esse programa consolidou as diferentes ações que tinham sido                    desenvolvidas em termos de normas e uma rubrica no Orçamento da União, realizou o Curso de          Especialização em Informática na Educação III (Goiânia) e IV (Aracaju) destinados a formar              professores das escolas técnicas e implantou os Centros de Informática Educativa nas Escolas              Técnicas Federais.
       
         7.                  1997) - Foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação, vinculado à                      Secretaria de Educação a Distância, do Ministério da Educação e sob a coordenação de Cláudio           Salles.

         Esse programa implantou, até o final de 1998, 119 Núcleos de Tecnologia Educacional em 27          Estados e Distrito Federal, e capacitou, por intermédio de cursos de especialização em informática       em educação (360 horas), cerca de 1419 multiplicadores para atuarem nos Núcleos de Tecnologia        Educacional.



Fonte: Texto extraído da Monografia “A Informática Educativa e as dificuldades de aprendizagem na Educação Infantil” de Cristiane Costa da Silva - Pós-Graduação UCAM.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Um plano de aula de Geografia.

Este é um plano de aula sugestivo, onde as demais matérias dialogam em torno da Geografia. Vejam como podemos desenvolver o aprendizado sobre o Brasil através de uma comunicação por entre todas as disciplinas.
=======================================================================

Recurso Tecnológico: Computadores e softwares educacionais ligados à geografia.


Acessórios: Editores de texto.


Nome do projeto: Capitais do Brasil.


Ciclos de desenvolvimento: 3º ano.


Objetivo do Projeto: Ensinar ao aluno o nome das capitais do Brasil e suas principais características.


Disciplinas Envolvidas: Português, Geografia, História, Matemática e Ciências.
----------------
Primeira aula
Objetivo:
O aluno deverá conhecer as capitais e suas respectivas regiões, assim como dados históricos marcantes.

Estratégia

Através do uso de um software educativo, o aluno tomará conhecimento das capitais e onde elas se localizam no mapa.

Avaliação

A avaliação será de acordo com as respostas dos alunos em um questionário ao final da aula.

Segunda aula
Objetivo:
Através do conhecimento das determinadas regiões, os alunos deverão conhecer o clima e a vegetação relacionada a cada capital.

Estratégia:
Com o auxílio dos softwares educativos, mostrar as médias de temperaturas atingidas durante o ano assim como o índice de incidência de chuvas.

Avaliação:
A avaliação será de acordo com as respostas individuais em um jogo de quebra-cabeças virtual. (organização de alunos em grupo).

Terceira aula
Objetivo:
Conhecendo as principais características das capitais, os alunos deverão ser capazes de realizar os cálculos demográficos relacionados à densidade populacional de cada capital e da região onde se encontram.

Estratégia:
Novamente com o uso dos softwares educativos, determinar a quantidade relativa de habitantes da região, levando em conta as baixas ocasionadas pela criminalidade, pelas questões relacionadas à saúde pública, taxas de natalidade e mortandade (por causas naturais) e pelo fluxo migratório.

Avaliação:
A avaliação será de acordo com as pesquisas em sites e nas bibliotecas e os cálculos e os cálculos (baseados no que foi ensinado nas aulas) sobre o índice habitacional em cada região.

Quarta aula
Objetivo:
Os alunos deveram ser capazes de identificar, de acordo com o texto, as principais características em relação ao uso das palavras específicas de cada capital e identificar de onde são.

Estratégia:
O uso de textos contendo gírias e palavras comuns (porém com a marcação fonética adequada ao sotaque de cada região) será distribuída aos alunos e à eles serão ensinados a identificar a diversidade que a língua portuguesa adquire por toda a extensão territorial do Brasil.

Avaliação:
A avaliação será baseada em um teste medidor da capacidade de distinguir as variações linguísticas de cada local.

terça-feira, 17 de maio de 2016

O desafio de usar a tecnologia a favor do ensino

O desafio de usar a tecnologia a favor do ensino

Não basta usar computador e tablet em sala de aula. Professores devem estar capacitados para auxiliar e orientar alunos

     
  •  

  • Formação

    Professores devem se preparar para encarar a realidade dos alunos
    Modernizar a sala de aula não é sinônimo de modernizar o ensino. A simples introdução da tecnologia não muda a metodologia, defende a professora Glaucia Brito, da UFPR. “A tecnologia não constrói nada, é uma ferramenta. Quem faz a diferença é professor e aluno”, afirma.
    Para preparar professores sobre como usar esses equipamentos, Glaucia coordena o Grupo de Estudos, Professor, Escola e Tecnologias (Gepete) na UFPR. O grupo reúne estudiosos e pesquisadores de diferentes instituições e níveis de ensino de Curitiba para discutirem as tecnologias, a formação dos professores e o seu uso na educação.
    “Eles [os professores] cresceram em outros tempos, com tecnologias analógicas e não tiveram isso [tecnologia digital] na sua formação”, diz Glaucia. O grupo é convidado para dar palestras, montar oficinas e formações continuadas em escolas para que os professores integrem os novos recursos nas aulas.
    No Dom Bosco, por exemplo, os professores passam por treinamento a cada seis meses. De acordo com o coordenador de Tecnologias, Raphael Corrêa, 90 objetos educacionais usados em sala de aula foram desenvolvidos pelos próprios professores. “O projeto [Dom Digital] evoluiu, mas ainda não está 100%. Estamos criando uma rede de aprendizagem, aplicativos para aulas. O caminho está sendo trilhado”, completa.
  • Não restam dúvidas sobre a intensa presença da tecnologia no dia a dia dos jovens – uma geração que já nasceu conectada com o mundo virtual – e os impactos que esse novo perfil de aluno traz ao ambiente escolar. Esse contexto lança o desafio para escolas e professores sobre como usar os novos recursos tecnológicos a favor do ensino. Lutar contra a presença deles não é mais visto como uma opção.
    “Estamos no século 21, não tem como dar aula como se dava há 10 anos”, diz Glaucia Brito, professora do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em Tecnologia na Educação. Para ela, a escola está atrasada. Os jovens são outros e os professores precisam se transformar para seguir essa mudança.
    O uso da tecnologia pode ser proveitoso no estudo interativo de conteúdos, tornando-os mais atraentes e fazendo com que o aluno adote uma postura mais participativa. No Colégio Dom Bosco, em Curitiba, tablets e netbooks são fornecidos aos alunos desde o 6.º ano do ensino fundamental. “A ideia é tentar falar a mesma linguagem [dos alunos]. Não adianta ser diferente em casa. Trabalhamos o uso responsável”, explica o professor de Física e coordenador de Tecnologias, Raphael Corrêa.
    A escola trabalha de duas maneiras: recorre a objetos educacionais digitais, como vídeos, animações, imagens e infográficos, para dar suporte às aulas, e estimula a pesquisa dos alunos na internet, com a orientação do professor sobre como encontrar a informação desejada de forma segura e a partir de fontes confiáveis. Entretanto, não são só benefícios que os dispositivos móveis trazem. O colégio controla o uso quando a aula não necessita dos aparelhos e bloqueia o acesso às redes sociais, os principais vilões quando o assunto é distração.
    “Tem professor que reclama que os alunos não prestam atenção, ficam só no celular. Mas, na minha época, por exemplo, nos distraíamos com gibi. A questão é como está a aula do professor”, avalia Glaucia, que defende ser possível dar uma aula de qualidade e atraente mesmo sem usar aparatos modernos.
    Envolvimento
    No Colégio Sion, a tecnologia é mais usada pelos professores, embora os alunos também usufruam em determinados momentos. Para a coordenadora do ensino médio, Cinthia Reneaux, é preciso fazer com que o estudante participe do processo, saiba contar o que aprendeu. “Para não ficar muito no virtual, fazemos muitos seminários, debates e pesquisas. Tentamos resgatar o diálogo, a conversa e discussão entre eles”, explica Cinthia, citando o formato semicircular na disposição das carteiras nas salas para facilitar o método.


O uso das tecnologias na educação

O uso das tecnologias na educação

Renata Beduschi de Souza

É importante que haja não apenas uma revolução tecnológica nas escolas. É necessária a revolução na capacitação docente, pois a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado para a maioria dos professores
No contexto escolar atual, é impensável fazermos algumas tarefas sem a ajuda de um computador. Pilhas de cadernos, agendas e planilhas de papel foram substituídas por arquivos no computador, que facilitam o fechamento de notas, o controle de presenças, a emissão do histórico dos alunos, etc. Provas são ricamente elaboradas com o uso de softwares, internet e editores de texto. Chega um momento, porém, em que a presença de alguns recursos tecnológicos deve deixar de ser imprescindível apenas no espaço administrativo e ocupar seu lugar onde será mais útil e mais ricamente aproveitada: a sala de aula.

Os recursos tecnológicos na escola
É evidente a insatisfação dos alunos em relação a aulas ditas "tradicionais", ou seja, aulas expositivas nas quais são utilizados apenas o quadro-negro e o giz. O aprender por aprender já não existe: hoje, os alunos precisam saber para que e por que precisam saber determinado assunto. Essa é a típica aprendizagem utilitária, isto é, só aprendo se for útil, necessário para entrar no mercado de trabalho, visando ao retorno financeiro. A internet invade nossos lares com todas as suas cores, seus movimentos e sua velocidade, fazendo o impossível tornar-se palpável, como navegar pelo corpo humano e visualizar a Terra do espaço sem sair do lugar. É difícil, portanto, prender a atenção do aluno em aulas feitas do conjunto lousa + professor.
Então, por que fazer o mesmo quando se pode fazer diferente? Uma vez que os alunos gostam tanto de aulas que utilizam a tecnologia, por que não aproveitar essa oportunidade e usá-la a seu favor? A aula pode entusiasmar os alunos de maneira ao menos parecida com que são excitados pelos jogos e filmes de alta qualidade em efeitos especiais. A escola precisa modernizar-se a fim de acompanhar o ritmo da sociedade e não se tornar uma instituição fora de moda, ultrapassada e desinteressante. Embora lentamente, ela está fazendo isso. Saber que o aluno aprende com o que lhe prende a atenção todos sabem. A questão é: estão os professores, as escolas e os sistemas de ensino preparados para tal mudança?
Aulas modernizadas pelo uso de recursos tecnológicos têm vida longa e podem ser adaptadas para vários tipos de alunos, para diferentes faixas etárias e diversos níveis de aprendizado. O trabalho acaba tendo um retorno muito mais eficaz. É importante, no entanto, que haja não apenas uma revolução tecnológica nas escolas. É necessária a revolução na capacitação docente, pois a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado para a maioria dos professores.
Existe uma infinidade de programas disponíveis para montagem de exibições de slides, de atividades interativas e jogos; porém, alguns professores não sabem como utilizá-los. Utilizar o computador em sala de aula é o menor dos desafios do professor: utilizar o computador de forma a tornar a aula mais envolvente, interativa, criativa e inteligente é que parece realmente preocupante. O simples fato de transferir a tarefa do quadro-negro para o computador não muda uma aula. É fundamental que a metodologia utilizada seja pensada em conjunto com os recursos tecnológicos que a modernidade oferece. O filme, a lousa interativa, o computador, etc., perdem a validade se não se mantiver o objetivo principal: a aprendizagem.

O que vem sendo feito e o que é possível melhorar
Os recursos tecnológicos devem servir como extensões do professor. Ideias abstratas tornam-se passíveis de visualização; o microscópico torna-se grande; o passado torna-se presente, facilitando o aprendizado e transformando o conteúdo em objeto de curiosidade e interesse. O essencial é que as aulas obedeçam a uma cadeia de ideias que deixe o aluno orientado em relação ao que está aprendendo. Cada aula não é uma aula, e sim uma aula que veio antes de uma aula e depois de outra. O aprendizado deve ser interligado.
Em língua portuguesa, por exemplo, podem ser trabalhados textos utilizando apenas um computador e um programa Word. A professora pode incluir comentários nos textos dos alunos sem alterá-los e depois pedir que revisem. Outra atividade interessante é pedir aos alunos que pesquisem na internet um texto narrativo e solicitar que mudem o gênero textual para poesia ou teatro (Magalhães e Amorim, 2008). A internet é uma fonte riquíssima e excelente aliada do professor de português. Podem ser realizadas produções de textos baseadas em histórias em quadrinhos disponíveis na rede (www.turmadamonica.com.br). Sites de notícias podem ser visitados para analisar, por exemplo, como determinado país divulgou um acontecimento de âmbito mundial.
Nessa seqüência, pode-se trabalhar o texto jornalístico, e os próprios alunos montam um jornal da escola utilizando programas no computador. Gráficos e tabelas no Excell podem ser elaborados com o auxílio do professor de matemática; artigos sobre o meio ambiente e alguma questão que envolva a comunidade local podem ser criados com o apoio dos professores de ciências e geografia. O mesmo jornal pode ser trabalhado no formato de telejornal, e os alunos poderão fazer gravações com câmeras digitais. As videoconferências, realizadas através de programas como o Skype, por exemplo, são particularmente úteis para o professor de língua estrangeira, que poderá acordar com professores de outros países que ensinam a língua em questão, em séries equivalentes, para que os alunos possam conversar on-line.
Febre entre a garotada, e agora ferramenta para a sala de aula, são os sites de relacionamento e os blogs. Com atividades dirigidas e objetivos claramente estabelecidos, é possível levar para a escola oportunidades reais de uso da língua estrangeira ou mesmo da língua materna. Não podemos esquecer os sites de atividades interativas, especialmente os jogos on-line. Atividades como bingo, anagramas, caça-palavras, palavras cruzadas e forca são alguns exemplos de exercícios interativos.
A internet tem papel fundamental no ensino de língua inglesa. É a fonte natural da língua, mais acessível para alunos de qualquer contexto social. Desde formulários para diversas finalidades até a inscrição em muitos sites de relacionamento terão de ser preenchidos em inglês. Isso já representa uma necessidade de aprender uma língua estrangeira, uma vez que muitos querem uma razão para isso. Vídeos no Youtube, músicas e vários outros recursos são mais alguns exemplos de que não é necessário viajar para o exterior para ter contato com falantes nativos de inglês.

As possibilidades
Diante de tantas possibilidades, convém saber que existem estudiosos que já pensaram a respeito e que escrevem ricamente sobre o assunto, dando ao professor subsídios para o planejamento de aulas com um pouco mais de segurança e bastante criatividade. No livro Cem aulas sem tédio, as professoras Vivian Magalhães e Vanessa Amorim (2003) defendem a ideia de que precisamos encarar nossos medos e utilizar os recursos tecnológicos como apoio para nossas aulas. Enfatizam ainda que os professores jamais serão substituídos pela tecnologia, mas aqueles que não souberem tirar proveito dela correm o risco de ser substituídos por outros que sabem. O uso da internet em sala de aula fornece subsídios para um ensino mais centrado no aluno e em suas iniciativas (Leventhal, Zajdenwerg e Silvério, 2007). Além de abrir perspectivas durante as aulas, revela-se como uma útil ferramenta na área de pesquisa para projetos, desenvolvimento de leitores e acesso à informação.
Outro aspecto interessante é que, em sua maioria, o material disponível na internet, ou mesmo filmes e documentários, não respeitam uma sequência linear de aprendizado. Assim, levando-se em consideração o conhecimento prévio do aluno, é possível proporcionar um envolvimento completo, uma interação ampla com o mundo que o cerca. Ele precisa ser desafiado para que possa aprender efetivamente, conforme o conceito elaborado por Vygotsky (1984) acerca da zona de desenvolvimento proximal (ZDP). Ela se refere à distância ente o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.
O papel do professor, segundo essa teoria, é o de mediador, auxiliando o aluno a alcançar seu potencial máximo, aproveitando todos os benefícios educativos que os recursos tecnológicos podem oferecer. O vídeo, por exemplo, é um grande aliado da ação pedagógica, já que está diretamente ligado ao conceito de lazer. Desse modo, o professor traz para a sala de aula um elemento da realidade do aluno, fugindo da linguagem tradicional da escola, que é normalmente o padrão escrito.
Um papel que precisa ser reavaliado é o da televisão em sala de aula. Há um grande número de programas a serem analisados a fim de introduzir um conteúdo, aprofundá-lo ou ilustrá-lo, como novelas, desenhos, noticiários, documentários, clipes, programas de auditório, entre outros. Segundo Moran, "Tudo o que passa na televisão é educativo. Basta o professor fazer a intervenção certa e propiciar momentos de debate e reflexão" (2006).
Independentemente do recurso tecnológico em questão, o professor é o sujeito capaz de mediar o aprendizado e torná-lo mais atrativo, divertido e interessante para os alunos. Os recursos tecnológicos, bem mais do que aguçar a curiosidade do aluno em relação ao que está sendo ensinado, ajudam a prepará-lo para um mundo em que se espera que ele conheça, além dos conteúdos escolares, todos os recursos por meio dos quais esses conteúdos foram trabalhados.
O aluno tem direito ao acesso às tecnologias na escola: "A sólida base teórica sobre informática educativa no Brasil existente em 1989 possibilitou ao MEC instituir, através da Portaria Ministerial nº 549/89, o Programa Nacional de Informática na Educação - PRONINFE, com o objetivo de desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades e projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica sólida e atualizada, de modo a assegurar a unidade política, técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos envolvidos" (História da informática educativa no Brasil, site do MEC/SEED/PROINFO, nome do autor não indicado). Assim, a escola cumpre duplamente seu papel: ensina e educa, educando para um mundo no qual a tecnologia é não só necessária, mas também essencial.
São muitos os benefícios trazidos pelos recursos tecnológicos à educação. Contudo, é preciso que o professor conheça as ferramentas que tem à sua disposição se quiser que o aprendizado aconteça de fato. O uso das tecnologias na escola está além de disponibilizar tais recursos; ele implica aliar método e metodologia na busca de um ensino mais interativo.
  • Renata Beduschi de Souza é graduada em Letras, professora de língua portuguesa da rede municipal de Campo Bom (RS) e de língua inglesa do Centro de Idiomas da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS).
    renata_teacher@ymail.com

REFERÊNCIAS

retirado de: http://loja.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/5945/o-uso-das-tecnologias-na-educacao.aspx